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Supernatural – ”Alpha and Omega” é um dos melhores finais de temporada da série

  • Foto do escritor: Pedro Lacerda
    Pedro Lacerda
  • 27 de mai. de 2016
  • 5 min de leitura

Atualizado: 13 de ago. de 2019


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Antes de prosseguir fique avisado, SPOILERS a seguir, continue por sua própria conta e risco.

”Alpha and Omega” é  o vigésimo terceiro e último episódio da décima-primeira temporada de Supernatural, foi dirigido por Phil Sgriccia com roteiro de Andrew Dabb — o novo showrunner da série ao lado de Robert Singer. 


Supernatural sempre foi uma série sobre família, sacrifícios e suas consequências. Até o final da décima primeira temporada, Supernatural basicamente se mostrou um relato de como colocar a vida de uma pessoa — no caso Sam e Dean — sobre qualquer outra coisa pode ter consequências piores do que o problema que se estava tentando resolver. Temporada após temporada, os Winchester precisavam lidar com algo causado pelos sacrifícios que um faz para manter o outro vivo. Amara, a vilã da temporada, é uma consequência do fato que Sam não podia deixar Dean viver como um demônio isolado em um planeta sem vida, com isso libertando a irmã rancorosa de Deus de uma prisão de bilhões de anos.


Ao longo da temporada os irmãos tentaram entender o que fizeram de errado nos últimos anos e concordaram que não iriam arriscar uma vida sequer para salvar um ao outro, algo aprovado por Billie e outros ceifeiros determinados a destruírem as almas dos Winchesters por terem matado a Morte para salvar Dean.


Porém a décima primeira temporada de Supernatural terminou com uma interessante mudança no padrão da série, ao invés de uma grande batalha e sacrifícios como os últimos dois episódios sugeriram, na reta final Supernatural resolveu usar a cabeça e tentar colocar um pouco de saúde na convivência das inúmeras famílias da série. Com exceção de Crowley e Rowena que ainda não conseguem se suportar, todos tiveram um tipo de resolução. Após ser convidado por Castiel para possuir o seu corpo, Lúcifer foi obrigado a trabalhar com Deus, na forma de Chuck, para destruir Amara e para isso foi necessário que os dois conversassem e se entendessem. Deus teve que admitir que certo ou errado, suas ações tiveram efeitos na vida Lúcifer, que no final apenas queria ouvir um pedido de desculpa, e que por sua vez também precisou admitir que não está livre de culpa. 


Mas a maior das reconciliações se deu no final do último episódio da temporada, quando apesar de todos os planos e alianças inimagináveis para matar Amara, tudo falhou quando ela notou que Deus não iria matá-la e sim prendê-la em uma jaula por toda eternidade, temendo as consequências de desequilibrar a balança de luz e escuridão. Preferindo a morte a ter que passar a eternidade presa, Amara se revolta e fere Deus mortalmente, e com a vida de Chuck chegando ao fim, o sol começa a se apagar ameaçando a existência de toda a vida na Terra, assim como no universo.

Com Lúcifer derrotado e desaparecido, Sam, Dean, Crowley, Rowena, Chuck e Castiel formam uma aliança inesperada com Billie e coletam o máximo de almas o possível para criar uma bomba de luz para matar Amara, e equilibrar a balança com ambos luz e escuridão ausentes. Só que como todo plano de última hora, uma bomba de almas requer um detonador vivo e Dean é único que pode chegar perto o suficiente pela sua ligação com Amara. Sam e Dean parecem finalmente dispostos a cumprirem a promessa que Dean quase quebrou alguns episódios atrás quando tentou se matar para fazer um acordo com Billie para salvar Sam, que ele achava que estava morto. Deus não concorda em matar Amara, como qualquer irmão não concordaria em seu lugar, mas ele entende que precisa ser feito.


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Nos últimos minutos parece que estamos caminhando para uma cena de grande sacrifício que vai abrir as portas para a continuação do universo sem a presença de Deus. Foi então que Supernatural lembrou que o tema principal da série é família, e surpreendeu em uma era que matar personagens parece ser a única maneira com a qual roteiristas sabem como manter histórias interessantes. Com a ajuda de uma velhinha alimentando pombos e o discurso de Dean de como família não se resume as coisas boas, mas a saber como perdoar e seguir em frente, Amara invoca Deus e os dois simplesmente conversam, algo que não devia parecer tão estranho. Como dois adultos de trilhões de anos, os dois seres mais velhos da existência entendem da onde cada um veio, no final fica claro que esse embate milenar se tratava de ressentimento e o medo de perder alguém tão importante quanto a pessoa que sempre esteve com você, desde o nascimento. Então ao invés de um grande massacre, explosões e libertar um outro mal no universo, Deus e Amara decidem ir embora, para algum canto isolado e resolverem seus problemas como adultos, conversarem, se perdoarem, e no final Dean recebe um último presente de Amara, que acaba sendo meu único problema com o episódio.

No final Amara decide reviver Mary, a mãe de Sam e Dean, Deus já havia sido curado por Amara e livra Dean da função de homem-bomba de almas, o que seria ótimo se não fosse um problema que vem me incomodando por quase seis temporadas:

Mais cedo Amara expulsou Lúcifer do corpo de Castiel, o mando para sabe-se lá onde. Porém em momento algum depois que tudo está resolvido Dean decide levantar a mão e perguntar ‘’dá pra tirar meu outro irmão do inferno, por favor? Sabe aquele possuído por Miguel, o seu outro filho maluco? ’’ E tudo bem, a ideia de reunir a família Winchester é bacana, mas e o John? Nós nunca tivemos uma resposta concreta se ele conseguiu ir para o céu depois de fugir do inferno. São perguntas como essas que a série vai precisar responder na próxima temporada.  

E com Chuck curado e os dois sumindo em uma espiral de fumaça, o sol volta ao normal e o dia parece estar salvo.  Sam e Castiel voltam para o bunker sem saber que Dean não teve que se sacrificar, lá eles se deparam com uma representante dos Homens das Letras de Londres, enviada para prender os irmãos segundo as ordens dos seus superiores, descontentes com o modo o qual Sam e Dean tem agido no decorrer dos últimos anos, colocando o mundo em constante perigo por motivos egoístas. 


Tudo deixa a entender que a décima-segunda temporada será muito mais pessoal do que as anteriores, como foram as duas primeiras perseguindo Azazel. O mais importante é que mais que os irmãos queiram se salvar e não serem aprisionados/executados pelos Homens das Letras; eles são culpados dos crimes pelos quais são acusados. O pacto de um não tentar reviver o outro foi feito por uma razão, porque toda a confusão dos últimos anos foi causada pela incapacidade dos Winchesters de seguir em frente.


Se a próxima temporada focar mais nesse equilíbrio emocional em busca de relações mais saudáveis, Supernatural pode estar na direção certa para durar mais algumas temporadas. Mas por via das dúvidas, fica a esperança de que a CW peça logo o piloto de Wayward Daughters, com Jody, Donna, Alex, Claire e se possível a volta da Charlie, porque o mundo fica muito melhor com a Felicia Day nele. E se Dean e Sam tem Castiel, o anjo amigo, porque Jody, Donna e as garotas não podem ter Billie, a Ceifadora amiga? #FaçaAcontecer?!


dontforget

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