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Krypton e a excitante jornada pelo Universo da DC Comics

  • Foto do escritor: Pedro Lacerda
    Pedro Lacerda
  • 15 de ago. de 2019
  • 4 min de leitura


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Da leva de séries sobre o mundo antes dos grandes heróis, Krypton é uma feliz surpresa em um mundo que nos deu Gotham. Ao contrário de Gotham que apela para vilões que não fazem sentido antes da existência do Batman, com foco nas aventuras nada interessantes do Bat-mirim e que ignora a chance perfeita de ter adaptado Gotham Central, Krypton realmente aproveita todo um universo complexo que existia muito antes do nascimento do Superman.


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Se você é fã de quadrinhos e super-heróis, Krypton é um bolo recheado de referências, personagens obscuros e a ocasional jogada de grandes nomes como a melhor versão do General Zod em qualquer mídia, interpretada por Colin Salmon. Mas além disso, a série é uma obra de ficção científica que dá nostalgia dos tempos de Stargate, flertando com o extensivo multiverso da DC Comics. Para uma série que foi vendida como as aventuras do avô do Superman, Krypton é um tour pelos cantos mais icônicos da DC, com Adam Strange (Shaun Sipos) como guia. Aliás, é incrível poder dizer que um personagem tão aleatório quanto Adam Strange é um dos protagonistas de uma série sobre o planeta Krypton, e que o resultado é bom.


Na primeira temporada enfrentamos Brainiac (Blake Ritson) e seus planos para engarrafar a cidade de Kandor, atormentada pela desigualdade social gerada por um governo liderado por uma falso profeta, a Voz de Rao. Em dez episódios somos apresentados a personagens como Apocalypse, Dru-Zod, Sardath, Jax-Ur (Hannah Waddingham) e outros nomes desconhecidos, porém icônicos na mitologia da DC. A segunda temporada começa com a apresentação de ninguém menos do que o Lobo (Emmett J. Scanlan), para quem o Syfy felizmente está desenvolvendo uma série própria. Apesar de todas preocupações que acompanham adaptar um personagem como o Lobo, ainda mais em um canal como o Syfy, Scanlan encaixa perfeitamente no papel com ajuda de uma boa caracterização por parte do departamento de maquiagem e algum caixote.


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A série constantemente aumenta os ricos e altera a sua narrativa perfeitamente para se adaptar a esses riscos, quando o Lobo é a ameaça os episódios tomam um tom mais cômico, sem perder a noção de perigo. Já com Zod não existe espaço para piadas, cada palavra é uma ameaça que você sente que será cumprida. Quando Zod ordena que alguém se ajoelhe existe um tom de desespero nas palavras, não porque o personagem teme algo externo, mas porque ele não sente prazer na violência que ele sabe que virá se suas ordens não forem obedecidas.


Para um monte de computação gráfica com orçamento de TV, Apocalypse pode muito bem ser uma das melhores partes visuais da série. Considerando a Tartaruga Ninja rejeitada que vimos em Batman v Superman, essa versão carrega todas as características físicas que fazem esse o monstro que matou o Homem de Aço. E de novo, comparado a um filme com orçamento gigante como BvS, créditos para Krypton por ter pego a origem do vilão e ter feito algo fiel e que funciona. Eu gostaria de ter visto a versão com o bebê sendo lançado para superfície nociva de Krytpon? Sim, mas a usada na série provavelmente ficou melhor.


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O único motivo pelo qual não mencionei o personagem principal ainda é por quão incrível os vilões são, mas Cameron Cuffe como Seg-El não deixa nada a desejar na sua interpretação do Supervovô. Um pouco mais aventureiro e descuidado do que se espera do pai de Jor-El, mas um personagem extremamente interessante de acompanhar, especialmente com os momentos mais leves com outros personagens como Adam e Kem (Rasmus Hardiker), Kem aliás que talvez tenha feito parte do melhor momento da série até então, de vez em quando a gente esquece que em canais como o Syfy pode essas coisas.


Krypton não deixa nada a desejar em suas protagonistas femininas, fora o triângulo amoroso irritante que em uma sociedade avançada como Krypton já devia ter virado uma linda relação poliamorista, todo material jogado nas personagens é excelente. Seja na jornada de Jayna-Zod (Ann Ogbomo) para enfrentar as tradições tóxicas da sua casa, ou Lyta-Zod (Georgina Campbell) lidando com as expectativas que sua mãe (Jayna) e o resto de Kandor impõem sobre ela. Talvez seja um pouco de favoritismo, mas é impossível não se apaixonar pela Wallis Day como Nyssa-Vex, personagem que começa com uma pegada meio Dedo Mindinho de Game of Thrones, mas ao longo da primeira temporada encontra seu caminho. Assim como Jayna, Nyssa também passa por uma jornada de se desvencilhar das influências do seu Pai e casa. A série inteira carrega o tema de encontrar seu próprio caminho e não se deixar prender pela sua família e história.


Como citei lá em cima, a série triunfa no uso da ficção científica, tanto com viagem através do tempo quanto espaço, ligando os pontos mais distantes do universo DC. Diretamente da Terra e com tecnologia de Rann, Adam viaja até o passado de Krypton para impedir que vilões impeçam o nascimento do Superman, mas logo a missão se torna mais complicada. Sem estragar surpresas, o final da segunda temporada deixa o bebê Jor-El em perigo nas mãos de Brainiac, perdido em algum lugar do universo, deixando a terceira temporada aberta para visitar novos planetas, com sorte finalmente veremos Thanagar e os Gaviões. Porém tem coisas muito mais interessantes no horizonte, se o Syfy fizer a coisa certa e renovar Krypton para terceira temporada, coisas dignas de deuses…


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