Mulan ganhou atenção dos manifestantes em Hong Kong após declaração de Crystal Liu
- Pedro Lacerda
- 16 de ago. de 2019
- 2 min de leitura

Os protestos pró-democracia de Hong Kong tomaram um novo rumo na luta contra a influência do governo da China continental. Crystal Liu, atriz chinesa naturalizada americana, expressou na rede social chinesa Weibo apoio a polícia de Hong Kong, constantemente acusada de brutalidade por manifestantes, via THR.

No post na plataforma, Liu postou uma foto publicada pelo jornal estatal Diário do Povo, nela estava escrito “Eu apoio a polícia de Hong Kong, vocês podem me espancar agora'', em referência as palavras gritadas por um repórter do também jornal estatal Global Times durante um confronto com manifestantes no Aeroporto de Hong Kong na última semana. Junto a atriz postou a hashtag EuTambémApoioAPoliciadeHongKong.
Desde junho uma onda de protestos tomou conta de Hong Kong, na China. Tudo começou depois que a Chefe do Executivo local, Carrie Lam, apresentou um projeto de lei que permitiria que detentos da região administrativa especial sejam extraditados para a China continental, onde o sistema político e judiciário são diferentes do de Hong Kong, que vive sob o “um país, dois sistemas’’ desde que a colônia inglesa foi devolvida à China em 1997. Desde então, os manifestantes já invadiram o parlamento, paralisaram o transporte público e mais recentemente ocuparam o Aeroporto de Hong Kong por quase uma semana, com todos os vôos sendo cancelados nesta terça-feira (13/08). O projeto foi cancelado, mas os manifestante agora pedem a exclusão, garantias para democracia, mais transparência e autonomia nas eleições locais, já que todos os candidatos precisam ser aprovados por Pequim, e que todos os presos sejam liberados sem queixas. Em resposta a polícia tem usado gás lacrimogêneo e balas de borracha para tentar conter os protestos.
A situação local é extremamente complicada, já há quase 11 semanas os protestos e a resposta policial afetam o comércio e vida local, mais de 500 manifestantes foram detidos, entre eles um estudante que foi preso com dez canetas lasers e acusado de “porte de arma ofensiva’’. As canetas em questão são usadas pelos manifestantes para impedir o reconhecimento facial através das câmeras de segurança. Já a polícia alega que três agentes tiveram a visão danificada pelas canetas, segundo a France Presse.
A China se tornou o segundo maior mercado de bilheteria para o cinema, e apesar da contribuição de Hong Kong ser pequena comparada ao resto do país, os protestos têm ganhado o apoio ao redor do mundo, chegando a arrecadar milhares de dólares através de campanhas na plataforma GoFundMe. A hashtag #BoycottMulan já alcançou milhares de retweets no Twitter, dando força inicial para o movimento que cobra da Disney uma resposta.
Essa é a segunda vez que a Disney é atingida por efeito dos protestos, desde de junho a Disneyland de Hong Kong sofreu uma queda gigantesca no número de visitantes, isso porque há dois meses que o acesso de pessoas da China continental a Hong Kong está comprometido. É impensável que a Disney não cancele o lançamento de Mulan, um filme que custou 70 milhões de dólares para ser produzido, mas com os casos de brutalidade policial nos Estados Unidos acontecendo quase todos os dias, assim como em outros países como o Brasil, é possível que o estúdio tenha que tomar alguma medida para suavizar a situação.






Comentários